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Veia Safena doente - Como é? O que fazer?

No dia a dia do consultório, pacientes com sintomas relevantes ou aqueles com varizes grossas levantam nosso alerta para a possibilidade de alterações na veia safena.

Como uma árvore, nossas veias são divididas em tronco, galhos e folhas. Vasos tronculares (daí o termo, tronco), são as veias safenas (temos pelo menos duas em cada membro inferior) e os galhos formam as varizes. As folhas podem ser encaradas como os vasinhos superficiais, finos.

Veia Safena doente - Como é? O que fazer?

Durante a consulta

Durante a consulta pesquisamos a possibilidade de alterações tronculares com o exame de EcoDoppler Venoso – mede o calibre da veia safena, o fluxo interno e o quanto pode estar participando do quadro apresentado. Caso os sintomas estejam sendo difíceis de serem controlados com as medidas clínicas (dê uma olhada neste artigo!) ou existam varizes (galhos) diretamente relacionadas, o tratamento da veia safena entra em questão.

Normalmente essa veia mede entre 3 e 4 milímetros de calibre, começa lá no dorso do pé e termina na região da virilha, drenando o sangue de baixo para cima. Quando está alterada, começa a aumentar de tamanho e seu fluxo passa a ser de cima para baixo, gerando um acúmulo de líquidos no membro – que se traduzirá das seguintes formas:

 
  1. Na pele: escurecimento (arroxeado em pés e acastanhado em tornozelos) e dificuldade de cicatrização.

  2. Na gordura: edema (inchaço).

  3. No músculo: dores e câimbras.

  4. Nos nervos periféricos: dormências, queimação.

  5. Nas veias: dilatação, formação de varizes e vasinhos.

Quantas sessões são necessárias?

Identificou-se com alguns desses sintomas? Pois é, são bem comuns. Voltando ao assunto, quando fazemos o diagnóstico e decidimos tratar a veia safena, temos, em geral, duas possibilidades:

  1. Cirurgia convencional retirada da safena.

  2. Ablação – oclusão da veia, provocando a sua absorção pelo próprio corpo.

A cirurgia é auto-explicativa. Anestesia (em geral, raquianestesia ou geral), internação hospitalar, realização de cortes delicados no membro e retirada daquela veia, em geral utiizando lâminas e um cabo de aço (fleboextrator). Tem ótimos resultados, tanto estéticos quanto funcionais, mas leva a maior tempo de recuperação, afastamento das atividades e necessidade de ambiente hospitalar. A maior vantagem é o resultado imediato e facilidade de execução em veias calibrosas superficiais (rentes à pele).

As ablações podem ser térmicas ou químicas. Ou seja, esquentamos a veia por dentro ou introduzimos medicações que provocam a sua “destruição”. As opções térmicas são o Endolaser e a Radiofrequência; têm resultados equivalentes, entretanto a primeira tem maior versatilidade. A opção química é com o uso de Espuma Densa (veja este artigo que fala tudo sobre isso!). A decisão por um ou outro método vai ser influenciada pelo calibre da veia, tom de pele do paciente, superficilidade da mesma, custos envolvidos e outros detalhes. As maiores vantagens são; realização com anestesia local, retorno imediato às atividades e ausência de cicatrizes. Em compensação, o tratamento pode ser escalonado – realizado por etapas, exigindo maior tempo para ver os resultados finais.

Riscos de uma cirurgia na veia safena

Hoje mesmo uma paciente que indiquei a técnica do Endolaser me questionou sobre os riscos e comparações à cirurgia convencional. Existem dezenas de artigos reunindo milhares de pacientes comprovando o perfil de segurança de todas as técnicas – não há diferença significativa em questão de trombose, infecção ou outras complicações, que em geral giram em torno de 0,3 a 1% dos casos, seja qual for o método escolhido. Os cuidados para proteger o paciente passam por avaliação do histórico médico, medicações em uso e utilização de meias elásticas.

Farei artigos com mais detalhes de cada um dos tratamentos, mas por hoje acho que já deu para passar uma boa ideia de como é o nosso raciocínio, certo? Havendo alguma dúvida coloque aqui abaixo nos comentários!

Observação: Um detalhe importante – a veia safena não tem nada a ver com o coração ou infarto! Em pacientes com problemas de coração, ela é utilizada como um substituto de artérias coronárias entupidas, quando o cirurgião cardíaco retira um segmento da veia safena da perna e coloca no coração, evitando utilizar um material sintético ou outros vasos mais importantes ou de acesso mais difícil do corpo. Ter refluxo na safena ou varizes nada tem a ver com chance de infarto, ok?

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Sobre o Autor Lucas Barbosa

Dr Lucas Barbosa

Sou médico e cirurgião vascular, especialista em tratamento minimamente invasivo de varizes. Tenho ampla experiência em tratamento de varizes grossas, safenas, vasinhos e suas nutridoras, priorizando as técnicas mais modernas, que dispensam cirurgia. Conto com uma infraestrutura clínica de alto padrão, tanto em conforto para pacientes e funcionários como nas mais modernas tecnologias para diagnóstico e tratamentos, liderando o Setor Vascular da Clínica Patrícia Holderbaum, em Canoas – RS.

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